Quase seis toneladas de gás carbônico (CO2) deixaram de ser emitidos em um ano do projeto-piloto do compartilhamento de veículos na área da hidrelétrica da Itaipu Binacional. O Parque Tecnológico Itaipu (PTI) apoia a gestão e a operação desse sistema, que envolve 14 veículos Renault Twizy e cinco Pontos de Mobilidade Inteligente (PMI). A intenção é expandir o compartilhamento para o conceito de conduta inteligente, envolvendo outros modais de transporte.
Um estudo feito pelo Boston Consulting Group (BGC), tradicional empresa de consultoria americana, aponta que até 2021 serão 35 milhões de usuários do carsharing (compartilhamento de veículos, em inglês) na Europa, Ásia e América do Norte. A Itaipu e o PTI se mostram à frente dessa tendência, uma vez que o sistema das instituições foi lançado em dezembro de 2016. Em 2017, foram 1.910 viagens dos Twizy e 17.089 quilômetros rodados, com um custo evitado de R$ 6.602 para a Itaipu.
Neste ano, o compartilhamento de veículos da Itaipu/PTI ganhou um diferencial: a plataforma MoVE, desenvolvida pelo Mob-i em parceria com o Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas Elétricos (Lasse). A plataforma MoVE, explica o analista de sistemas do Mob-i Mateus Gimenez da Cruz, foi desenvolvida com base nas especificações e necessidades da realidade do público atendido na usina de Itaipu.
O MoVE permite que os usuários visualizem quantas viagens foram feitas, os percursos, a quantidade de CO2 que deixou de ser emitida, façam novas reservas dos veículos e vejam qual a autonomia do carro (a carga da bateria). A ideia, a longo prazo, conta o analista de sistemas, é integrar na plataforma outros modais de transporte, como as bicicletas e os horários do transporte interno do PTI e da Itaipu. O MoVE contribui com o objetivo da hidrelétrica de descarbonização da mobilidade, alinhado com o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas.
Como é feito o compartilhamento?
Os funcionários da Itaipu interessados em aderir ao sistema de compartilhamento de veículos devem solicitar a participação pelo e-mail compartilhamentove@itaipu.gov.br. “Depois que a pessoa pede a participação, é verificado com a área de transportes da Itaipu se ela tem autorização para dirigir o veículo. Depois, é marcado um treinamento, em que passamos o conceito de compartilhamento e o porquê de estar acontecendo, e outras questões relacionadas à sustentabilidade”, conta Mateus. Nesse treinamento, o usuário também é ambientado com a plataforma e o veículo.
Os usuários recebem um cartão ou um botton que é utilizado para pegar e devolver os veículos. O tempo de utilização máximo é de duas horas. Atualmente, são 170 usuários cadastrados no sistema. “O tempo é limitado para dar mais chance para outras pessoas utilizarem o veículo. O Twizy vai do ponto A ao ponto B, nesses dois pontos há outros Twizy. Então, o usuário pode ir com um Twizy de um número e não necessariamente voltar com o mesmo”, ressalta o analista de sistemas. O objetivo do sistema é atender a viagens curtas.
A resposta dos usuários ao sistema, de acordo com o analista de sistemas, tem sido positiva. Um dos principais grupos que utiliza os Twizy são os funcionários que trabalham no Edifício de Produção da usina. Muitos usam, por exemplo, para ir ao almoxarifado, à área de treinamento ou ao escritório central. “Fica simples, pois eles têm mais mobilidade e não ficam presos apenas à rota do ônibus circular”, afirma.