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Latinoware apresenta avanços e contribuições dos projetos em Software Livre na geologia, agricultura e biodiversidade

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Palestrantes compartilharam estudos, desafios e oportunidades de projetos que desenvolvem

De modo objetivo, podemos definir software como uma sequência de instruções a serem seguidas e executadas por um mecanismo. E o software livre é um software que concede liberdade ao usuário para executar, acessar e modificar o código fonte. Desta forma, ele não tem custo e por isso a utilização contribui de forma significativa para o desenvolvimento de projetos em diversas áreas. E esse foi um dos temas de palestras durante o 21º Latinoware – Congresso Latino-americano de Software Livre e Tecnologias Abertas, que está sendo realizado no Itaipu Parquetec.

Na biodiversidade, por exemplo, ele pode contribuir para estudos e identificação de espécies, garantindo sua preservação. Ramilton Costa Gomes Junior, mestre em Informática e doutorando em Biodiversidade e Biotecnologia, apresentou em sua palestra no Latinoware as atualizações do YOLO, uma ferramenta de código aberto que possibilita a detecção de objetos, seja em tempo real, ou por vídeo. “Se eu quero criar, por exemplo, uma aplicação para detectar tipos de animais, como uma arara. Existem várias espécies, então você pode criar um modelo que identifica essa arara e quando você aplica, seja a uma imagem, um vídeo, ou mesmo diretamente no animal ele detecta que tipo de arara é aquela”, explica.

Além disso, ele aponta que a aplicação do software contribui para a preservação do meio ambiente e permite avanços rápidos. “Eu estou utilizando para poder identificar espécies de abelhas. Porque o reconhecimento da abelha hoje demanda que ela seja morta para identificar que espécie ela é. E a ferramenta que eu estou desenvolvendo tem o objetivo de auxiliar nessa identificação sem matá-la. Além de não precisar sacrificar o animal, a ferramenta agiliza todo o processo, que normalmente levaria dias, te permitindo fazer em segundos”, garante.

A ferramenta de reconhecimento também pode ser aplicada em outras áreas, como na Medicina, por exemplo, na parte de identificação de cânceres por meio da análise de radiografia. No trânsito, a aplicabilidade também permite verificar se um motorista está utilizando o cinto de segurança, por exemplo.

Agricultura de precisão

No campo, a utilização de softwares que forneçam dados ao produtor pode contribuir com o aumento da produtividade, redução de custos e impacto ambiental, como demonstrou no evento o professor e coordenador de TI na Universidade Tecnológica Federal do Paraná e doutor em Engenharia Agrícola, Ricardo Sobjak. “Eu tenho trabalhado com linhas de pesquisa com agricultura de precisão, que visa melhorar a distribuição de insumos no campo, considerando a variabilidade espacial, ao invés de fazer a aplicação sem considerar essas diferenças. A tentativa é de otimizar para que regiões que precisam mais de determinado produto recebam a quantidade ideal, garantindo assim que a planta se desenvolva conforme o esperado e na região que precisa menos, ele deixe de aplicar, evitando o desperdício e também o impacto que o produto que não será absorvido pode causar no meio ambiente”, afirma.

Ricardo explica ainda que as ferramentas desenvolvidas facilitam o trabalho de todos os profissionais ligados à agricultura, sejam especialistas, técnicos, pesquisadores e até mesmo os produtores. “A agricultura de precisão tem um ciclo, que começa com análise de solo, conhecendo quando os nutrientes estão disponíveis. Tendo esse levantamento, o agrônomo consegue fazer uma recomendação adequada. Na agricultura de precisão nós trabalhamos com mapas, divididos por região e estima-se então a necessidade de aplicação de fertilizantes para cada região dessa e o equipamento que consiga fazer a aplicação com taxa variável. Seria esse o princípio da agricultura de precisão. E no final do ciclo, depois que é semeada a cultura, na colheita nós conseguimos ter o mapa da produtividade e interpretar como foi o comportamento e desenvolvimento da cultura”, completa.

Software livre no Serviço Geológico do Brasil

O pesquisador em geociências pelo Serviço Geológico do Brasil, Carlos Eduardo Miranda Mota, compartilhou durante o evento uma série de projetos geocientíficos desenvolvidos e mantidos pelo SGB usando ferramentas de software livre, em especial o ambiente de mapas digitais.
Ele apontou oportunidades e desafios da utilização de software livre, reforçando a criação de uma comunidade que colabora entre si com informações. O SGB possui alguns sistemas essenciais para a sociedade, como o sistema que monitora rios e bacias hidrográficas e produz informações sobre desastres naturais.

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